Antes de ler esse texto, sugerimos que você leia primeiro o conto O Pianista.
Ambos estavam a bordo do navio. Ela passageira, ele tripulação.
Tão perto, mas ao mesmo tempo tão distantes. Muitas vezes ela podia contemplá-lo, em sua arte, em sua música, em sua voz. No entanto, ao longo do dia imperava a distância.
Naquela tarde o navio iria atracar em uma praia paradisíaca. Desde cedo ela sonhava que ele pudesse descer, que eles pudessem tomar banho de mar juntos, conversar, andar, se beijar intensamente. Ela ficava imaginando-o ali, a voz dele a excita profundamente, o sorriso a encanta, é algo meio tímido, discreto e certeiro.
Os botes que levam até a praia chegaram, ela desembarca e chega até a praia.
Sozinha caminha por horas, deixou o sol e a brisa do mar percorrerem cada centímetro do seu corpo. Ela vestia um biquíni branco, as laterais de cordinha organizadas em laço. No busto, tecidos recortados em forma de triângulo lhe cobriam pouco mais que os mamilos. Os cabelos longos chegavam quase até a cintura. No ventre uma tatuagem de algo que lhe fazia lembrar de buscar a luz sempre.
Ela caminha sobre as ondas rasas. Pensa nele e se alimenta em cada passo das memórias da intimidade construída. A transa no piano, a noite em que entrou na cabine dele prometendo voltar... Lembra de como ela percorreu o caminho por entre suas coxas até o centro do seu corpo. Ela caminha e literalmente sente os pelos do seu cavanhaque lhe fazendo gemer. A memória é capaz disto.
Por um tempo ela se deita na areia e o imagina sobre ela, a penetrando enquanto ela escuta o barulho das ondas...Enquanto se excita, sozinha, deitada na areia, o forte som do navio avisa que está na hora de voltar. Ela desperta do transe e retorna abordo. Ainda faltam horas para vê-lo, ela está com muito prazer acumulado.
Resolve ficar à beira da piscina mesmo que o lugar esteja deserto. Se deita, ainda com o corpo salgado, em uma espreguiçadeira.
De repente, sente um movimento suave soltar a corda que sustenta a parte de cima de trás do seu biquíni. Primeiro em volta do pescoço, depois a que está em suas costas. Ela sabe que é ele, sente seu perfume, relaxa, confia. Nesse momento, enquanto o biquini cai, ela sente a língua dele percorrer seus seios. Calor, saliva, tesão. Aquela língua se move pelos seus seios como quem desliza sobre uma seda macia. Ele lambe, suga. Ela geme.
Nesse exato momento sente uma toalha lhe cobrir os quadris e por baixo do pano os dedos dele a penetram. Eles não podem transar ali, mas ele pode lhe fazer gemer, deixá-la cheia de tesão esperando a noite que virá.
Ele se debruça o tronco sobre ela e sussurra em seu ouvido obscenidades delirantes. Seus mamilos se arrepiam enquanto os dedos dele a penetram. O polegar pressiona seu clitóris na medida certa, o indicador e dedo médio ficam rígidos dentro dela. Ele a faz gemer, molhar, bem ali, ao pôr do sol.
De onde ele está consegue perceber os lábios dela, suas expressões, seus quadris se movendo sutilmente. Enquanto ele a toca, ela lembra do quanto aqueles dedos a excitam, lembra de cada vez que viu as mãos dele percorrem as teclas do piano, tão precisas, delicadas, ao mesmo tempo firmes e certeiras.
Ele se afasta dos ouvidos dela e percorre seu pescoço, desce vagarosamente a ponto de sentir os pelos dela se arrepiando. Chupa seus seios novamente, a língua percorre as curvas, ele coloca a língua em contato com os mamilos delas, aquela ponta, ereta, ele beija... A mão continua ali, já são uma extensão do prazer dela. Ele a suga. Ela tem gosto de mar...cheiro de maresia. Os dedos deslizam para fora, ele sorri, percorre o quadril dela, segura firme. Ela respira, suada, trêmula. Nos vemos à noite, ele diz, depois sussurra: “quero ser o ar que tu respira” ...
Ela permanece ali, esperando os batimentos voltarem ao ritmo de sempre, contando os minutos para vê-lo novamente, primeiro no piano e depois, na cabine.
Texto enviado por: Cristine Los Angeles