Do alto da cúpula de vidro do navio, ela contempla o mar. É noite, o ambiente está a meia luz e poucas pessoas preenchem o espaço.
Ela aproveita a poltrona macia para reclinar-se, ergue as pernas e as coloca sobre um móvel de centro que está a sua frente.
Veste um vestido branco, longo, transparente. Costas desnudas, da nuca até o início do quadril. O tecido toca seu corpo sem nenhum intermédio. Os mamilos estão firmes. Ninguém a percebe, mas ela sente a excitação que a liberdade de estar sem nada mais que o vestido lhe causa.
Quase não há movimento no ambiente. Poucos garçons circulam pelo espaço.
O calor se faz presente. Ela prende os cabelos deixando apenas alguns fios escaparem ao longo do pescoço. O decote do vestido deixa ver todo o colo e os seios macios e livres. Aos poucos sua atenção vai alcançando as notas de um piano que parecem chamá-la. Ela move a cabeça em direção ao som e o percebe. Um homem solitário está lá, imerso, profundo, mergulhado em cada nota. O som a convida a se aproximar e ela se desloca pelo espaço.
Encontra uma poltrona e senta-se de frente para ele. Sua vulva pulsa. As notas a excitam, ele não sabe, ainda não a viu.
O pianista veste branco, óculos, cavanhaque. As mãos flutuam pelo teclado. Ele canta. Os lábios se movem e ela imagina, tudo que cada som pronunciado poderia lhe causar se sussurrando rente ao pescoço, diretamente em seus ouvidos enquanto ele a penetra.
A imaginação vai lhe excitando ainda mais.
Da pequena bolsa ela retira seu sugador e sutilmente o coloca entre as pernas sob o vestido.
Ninguém a percebe.
Reclina-se suavemente na poltrona, acomodando-se. A transparência do vestido denuncia seus mamilos rígidos. De repente ele a vê. Discreto a contempla sem deixar a música parar.
Ele percebe seus pés contorcendo, percebe seus lábios, que ao invés de acompanhar a canção, se contraem. Os olhos dela paralisam na imagem dele, as mãos, as notas, a voz, a luz...aquele espaço vazio sobre o piano.
Entre suas pernas o clitóris é suavemente sugado. Imagina seu cavanhaque por entre suas pernas, lambendo suas coxas, chupando cada centímetro da sua pele perfumada. O prazer não suporta o pensamento e ela goza, ali, de frente para ele. Só os dois parecem saber o que aconteceu.
Ela sorri. Ele toca, ininterruptamente toca. Ela respira, pequenas gotas de suor escorrem por entre os seios e o cheiro do seu gozo lhe invade as narinas. Ele também sente.
Seu olhar a convida e ele canta: “agora vem pra perto vem, vem depressa vem sem fim, dentro de mim...”. Ela entende o chamado, ergue-se e caminha lentamente em sua direção. Ele toca. As poucas pessoas percebem o movimento e ficam inertes.
Ela se senta sobre a o piano, abre as pernas, a vulva se revela para ele, livre, molhada, pedindo sua boca, sua língua. As mãos dele lentamente liberam as pernas dela daquele tecido e ele a beija. Sua língua suga e lambuza cada curva das suas coxas enquanto suas mãos apalpam seus glúteos. Ela geme, se contrai, ele a deita sobre o piano e coloca sua boca toda em contato com sua buceta, a beija, a lambe, a degusta, suavemente, saboreia. Ela sente o hálito quente, ele respira, inspira o cheiro de todo prazer dela.
A porta do ambiente se fecha, ninguém se move, o espetáculo agora são eles.
As mãos dele percorrem o ventre dela, ela geme...sua boca se contrai. A boca dele oscila entre a buceta e as coxas. Suas mãos percorrem os seios, milímetro a milímetro, os mamilos duros o excitam.
Ele a suga, lambe, chupa. Seus dedos descem pelo ventre e percorrem o corpo até se encaixarem dentro dela. Ela está quente, molhada e geme de prazer para ele.
As pernas dela se arrepiam, os pelos do seu cavanhaque a percorrem, ele a deixa sentir todo prazer até gozar novamente, ali, bem à sua frente.
Pausa. Ele retoma ao seu lugar e volta a tocar. As mãos têm o cheiro dela, os dedos deslizam pelas teclas. Ela sua, transpira, as notas seguem a excitando. Ele segue tocando.
Seu pênis pulsa, duro, querendo se libertar. Com um olhar e um sorriso ele a convida. Ela escorrega pelas teclas do piano, ele abre a calça. Segue vestido, apenas o pênis desponta. Ela escorrega, de pernas abertas e se senta sobre ele.
Os lábios se tocam, ao mesmo tempo que o pênis a penetra, duro e profundo e ela se movimenta sobre ele.
As mãos dele percorrem suas costas enquanto os lábios se beijam. Ele solta seus cabelos. Ela sua, geme. Ele a penetra. O vestido cola em seu corpo, agora
molhado. Ele respira cada odor dela, o cheiro lhe preenche as narinas, as mãos
dele movimentam os glúteos dela até que ela encontre o ritmo perfeito cavalgando sobre ele. Eles se olham, se beijam, a língua dele percorre os lábios delas, as mãos seguram seu cabelo. Eles encontram a perfeição, o suor dela permite que ela deslize no colo dele.
As mãos dele oscilam entre o seu quadril e a maciez da sua bunda. Ele geme. O corpo dela em contato com o dele se encaixa e eles se beijam, beijam e beijam. Ele goza enquanto ela cavalga.
Enquanto ela suspira e toca o pescoço dele, ele a suspende e a coloca novamente sobre a tampa do piano. Ela se deita. Ele toca e a cada nota, enquanto suas mãos percorrem o teclado é como se ele a tocasse novamente.
Nesse instante ela abre os olhos e se percebe ali, de frente para o sorriso do pianista que a contempla a algum tempo, sentada em uma poltrona exatamente em sua direção.
Ela está ali, sozinha, reflexiva, ocupando aquele lugar. Instantes de pensamentos e excitação que só os dois sabem tudo o que poderia ter sido.
Texto enviado por: Cristine Los Angeles
Continuação: A Chegada