Vaginismo - A possível causa da sua dor durante o sexo

Vaginismo - A possível causa da sua dor durante o sexo

Amiga, você já sentiu dor durante o sexo?  Um estudo do Programa de Estudos em Sexualidade (ProSex) da Universidade de São Paulo (USP) mostrou que no Brasil  17,8% das mulheres sentem dor recorrente durante o sexo. Mas você sabia que sentir incômodo, dor na penetração, ardência ou a sensação de que o útero está sendo cutucado não deveriam ser considerados algo normal? 🤔

Claro que sentir desconforto em uma posição ou outra durante um rala e rola intenso acontece, se o 🐣 do boy bate no útero (não recomendo) ou  se não estamos 100% molhadinhas e lubrificadas na hora da penetração, mas ainda assim isso precisa ser um sinal de alerta. 

Afinal,  sexo não é para dar dor, mas para dar prazer. Isso porque se o incômodo for frequente e não uma dor momentânea pode significar algo mais grave que exige tratamento, como uma disfunção sexual. 

Mas vamos ser sinceras, se prazer feminino é um tabu, imagine então falar sobre esse assunto que é ainda mais delicado? Tenho certeza que muitas amigas por aí não tem nem ideia que isso existe, então senta que eu te explico! 

Disfunção sexual é toda condição que torna a pessoa incapaz de transar com satisfação e prazer, podendo ocorrer em qualquer fase da vida adulta, e se não for tratada, muitas vezes pode afetar relacionamentos, autoestima e até a saúde emocional. Que barra, né? Pois é, não é nada fácil 😧.

Existem diversas disfunções que atingem as mulheres, como a anorgasmia, que é dificuldade ou incapacidade de se chegar ao orgasmo mesmo com estímulo, e outras que provocam dor durante o ato sexual. Uma delas é o vaginismo, que é o assunto do nosso papo de hoje.

WTF is vaginismo? 

Essa disfunção é a contração involuntária dos músculos próximos à vagina, o que dificulta ou até impede a penetração do pênis ou sex toy na hora H, até mesmo um absorvente interno, fazendo com que o sexo e até mesmo exames ginecológicos sejam muuuito doloridos, quase uma missão impossível de ser feita. 

Ou seja, você até pode chegar ao orgasmo, com o estímulo na vulva e no clitóris, estar SUPER excitada, mas é como se seu corpo dissesse “não” para a penetração sem você ter nenhum controle sobre isso. Muitas vezes isso acontece por um medo irracional, como se fosse uma fobia da penetração. 

Apesar dessa disfunção ser pouco conhecida, o vaginismo é mais comum do que parece. Segundo uma pesquisa Revista Brasileira de Sexualidade Humana, a taxa de incidência do vaginismo varia entre 11,7% e 42% entre as mulheres. É difícil ser certeiro no % pela quantidade de subnotificações que temos. 

Quem assistiu a série Sex Education deve se lembrar que a personagem Lily, que queria mais do que tudo ter sua primeira transa, não conseguiu prosseguir com o rala e rola por causa das dores do vaginismo.

Se você quer saber o que pode estar causando essa dor, já vou te adiantando que essa é uma pergunta que não tem uma só resposta. Mas algumas das coisas que podem contribuir para o desenvolvimento dessa disfunção são:

  • 🤷‍♀️ Causas físicas:

    - Atrofia vaginal; 

    - Infecções na ppk, como a candidíase; 

    - Endometriose;

    - Lesões na vagina;

    - Tumores;

    - Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs);

    - Congestão pélvica;

    • 🧠 Causas psicológicas

    - Memória de relações sexuais dolorosas no passado;

    - Abuso sexual ou testemunho de abuso sexual.

    - Ansiedade e estresse;

    Às vezes até a culpa católica e a vergonha em transar podem ser a pedra no seu sapato para uma disfunção sexual. 

    Eu tenho uma amiga que nunca falou sobre sexo dentro de casa e sempre carregou a ideia de que ter uma vida sexual ativa era algo “sujo” ou “errado”.

    Quando ela foi ter a primeira vez com o namorado, ela sentiu tanta dor na penetração que dava vontade de chorar, mas achou que fosse aquele velho mito de que “perder a virgindade pode ser doloroso”.

    Ela não teve coragem de contar para ninguém próximo, mas depois em uma consulta com um ginecologista descobriu que esse incômodo estava longe de ser normal, e o diagnóstico não teve erro, foi vaginismo

    Ok, mas e agora? Como faço para recuperar o prazer?

    Assim como a perda de libido, não existe nenhuma fórmula mágica ou um cartaz “Trago seu prazer de volta em três dias” para tirar a dor no sexo instantaneamente.

    Mas, pode respirar aliviada, porque tem jeito sim de resolver!

    O tratamento vai muito além do “relaxa e goza”. Primeiro, é preciso entender a origem do vaginismo. Se ele for realmente causado por medo, vergonha ou ansiedade, a terapia vai ser sua melhor amiga. 

    Exercitar a musculatura pélvica também pode ser uma ótima aliada para tanto prevenir quanto melhorar o vaginismo. Lembra do nosso papo sobre pompoarismo? Como essa disfunção precisa do relaxamento da musculatura do assoalho pélvico, os exercícios de Kegel e a fisioterapia pélvica ajudam a controlar o excesso de contração na região, facilitando assim a penetração (ufa!).

    Mas, tratamento varia de caso para caso. Em alguns deles a médica pode recomendar uso de medicamentos, hormônios, terapia com laser ou até uso de dilatadores vaginais com tamanhos progressivos (iguais o que a Lily usa na série), que ajudam a acostumar a musculatura à penetração. 

    Eu gosto de comparar esse “abrir a ppk” também como uma abertura para a sexualidade com mais prazer e sem tabus. Assinado por Wave Lispector, rs.

    Também sempre é bom lembrar que nem toda dor é vaginismo, até porque existem outras condições que também dificultam a penetração ou a tornam dolorosa, como a vulvodínia, que é uma dor crônica na região externa da vulva,  e dispareunia, que consiste em um transtorno que causa dor durante ou após o sexo que pode ter como causas infecções, problemas psicológicos e endometriose, por exemplo.

    Por isso, a moral da história é: nada substitui uma médica especialista. Então, se a dor no sexo persistir, procure uma ginecologista. Ela vai ser sua principal aliada para descobrir o que é que está causando o incômodo e qual é a melhor forma de tratar.

    E se você está no processo de tratamento do vaginismo, tenho um recadinho de amiga para você: sexo não é só penetração. Então, use e abuse dos outros estímulos, como no clitóris e outras zonas erógenas. O que não faltam por aqui são dicas encharcadas de prazer para desfrutar da sua sexualidade sem tabus e sem precisar focar só na meteção.

    Já anota no seu caderninho: dor não é normal, nunca. E lembre-se, ninguém merece se acostumar com uma vida sexual de centavos e muito menos dolorosa. É preciso se cuidar para sentir prazer como deve ser: potente, transbordante e, claro, muito gostoso, rs. 

    Se precisar de conselhos prazerosos, você já sabe. Pode contar comigo para o que der e vier 😉. Te vejo aqui na próxima semana. Boas vibrações!

    Dicas para os marujos 🚣

    • Se sua parceira sofre de vaginismo, é mais que essencial ela saber que pode contar com você e o seu apoio. Não force a situação.
    • Não é pessoal. Algumas mulheres apesar de desejarem e sentir tesão pelo parceiro, na hora H simplesmente travam, como se fosse um pânico do sexo mesmo querendo continuar.
    • Se você já percebeu que tem algo estranho no sexo e que sua parceira evita a penetração, converse com ela. Mostre empatia e suporte. Pode ser que ela tenha vaginismo e nem saiba. 

    Música da semana

        Fecha o olho e curte essa batida. É uma delicinha pra colocar na sua playlist do 🔥

        Se você não tem uma playlist própria, te empresto uma das minhas 😎

        Uni duni tê, a escolhida foi você

        Parabéns, você foi escolhida para passar a palavra do prazer feminino adiante. Então que tal começar enviando o link de inscrição da newsletter para uma amiga? Não desejo mal para ninguém, mas ouvi falar que quem não ajuda mulheres a gozar mais da vida tem sete anos de azar e sem orgasmos… Sua escolha, rs.

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