Certa vez, eu estava na praia com a minha família e um tio comprou um CD que fazia paródias de músicas famosas colocando elas em um tom erótico. Eu lembro direitinho que fiquei indignada quando ele juntou na varanda todos os primos homens para escutar (independente da idade) e pediu a todas as primas mulheres para irem para dentro da casa por que “isso não era coisa para menina.”
Essa história me ferve o sangue até hoje.
Ela retrata bem a cultura que muitas de nós, mulheres, crescemos, onde todos à nossa volta tentavam nos afastar e reprimir tudo o que é relacionado ao prazer íntimo.
À medida que os anos passam, esses freios continuam ecoando no nosso subconsciente e causam culpa e vergonha. Isso porque sexo sempre foi tratado como algo impuro, proibido e em alguns casos, pecaminoso.
A verdade é que sempre existiu um tabu muito grande sobre o assunto, e isso pesa ainda mais para as mulheres.
Eu tenho uma amiga que sempre torce o nariz quando estamos no bar e surge o assunto sexo. Ela diz que fica com vergonha mas que gosta de escutar para abrir a cabeça.
Tenho outra, casada, com filha que não consegue se masturbar nem ter orgasmo com o marido por que sente que ter prazer é algum tipo de pecado.
Eu mesma um dia desses fui assistir um pornô no celular e abri uma janela anônima no navegador…. me explica? Morando sozinha, eu estava com medo de quem ver meu histórico de busca? Ainda não sei.
Fato é que os homens são incentivados desde pequenos a se tocarem ou até perderem a virgindade o mais cedo possível (o que também não é NADA saudável), enquanto nós mulheres e meninas “temos que esperar o nosso príncipe encantado”, e temos a pressão de se preocupar mais com a satisfação do nosso companheiro que com a nossa própria.
Uma pesquisa feita pelo Archives of Sexual Behavior revelou que 3 a cada 4 mulheres hétero já fingiram orgasmo.
Se quisermos um dado do BR, basta ir no canal do Youtube da Cátia Damasceno, a terapeuta pélvica mais famosa do país com quase 10M de seguidores, para ver que TODOS os conteúdos mais assistidos são sobre como dar mais prazer para o homem.
Até quando vamos trancar nossa sexualidade a sete chaves por conta dos estigmas, julgamentos, medos e preconceitos que existem em torno desse tema? 🤔
Mas, existe uma luz no fim do túnel.
Na contramão de toda essa “sexualidade negativa” vem crescendo a abordagem da sexualidade positiva que nos convida a ter um olhar muito mais empático, leve e inclusivo sobre o assunto.
A sexualidade abrange mais do que apenas o ato do sexo. Ela abraça quem somos, como nos vemos, a quem nós atraímos e como desejamos experimentar o mundo. Ela é um assunto multidisciplinar impactado por fatores biológicos, emocionais, psicológicos, sociais e culturais.
A sexualidade positiva promove autoconhecimento e empoderamento sobre a sexualidade por meio de conhecimento, conversas, mostrando que nosso corpo é sim sensorial, erógeno e repleto de possibilidades de prazer e que não tem NADINHA de errado em explorar o potencial orgástico dele.
Quer um exemplo?
Imagina como teria sido MUITO mais fácil começar sua vida sexual sabendo desde o início que suas chances de conseguir um orgasmo via estimulação no clitoris eram beem maiores do que pela penetração. 🙄
Ainda tem muita mulher que se sente “quebrada” por não saber dessa informação.
Tem muitas formas de você se aprofundar nesse caminho de autoconhecimento e explorar sua sexualidade.
Ler a newsletter semanal da Wave, por exemplo, é uma forma de abrir a mente, aprender algumas coisas novas e quebrar tabus sobre a sexualidade feminina.
Resumo da ópera: todo esse nosso papo é para falar que, como mulheres, nós precisamos falar e se incentivar mais a explorar nossa sexualidade.
Precisamos ser uma rede de apoio para que as meninas e mulheres à nossa volta se sintam seguras e confortáveis para se expressarem, tirarem dúvidas e conversar sobre o assunto.
Seja quando crianças, quando ainda estamos conhecendo nosso corpo, seja com os hormônios à flor da pele na adolescência ou quando a menopausa chega. Nossa sexualidade sempre estará lá.
Ouviu esse barulho? É o som do tabu sendo quebrado, rs.
Que tal passar a palavra da sexualidade positiva para a frente? Isso não é corrente do Orkut e nem esquema de pirâmide, mas te garanto que esse novo olhar promete transformar vidas de muitas mulheres por aí (digo por experiência própria).
Desejo que você possa viver sua sexualidade com a liberdade que você merece, afinal nunca é tarde demais para (re)começar.
Resumidamente: te desejo muitos momentos prazerosos, seja sozinha ou acompanhada. Até mais!
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Música da semana
Um passarinho me contou…
Que tem muitas amigas por aí ainda com vergonha de falar abertamente sobre sexualidade, hein. Pelo menos foi o que eu escutei… Que tal acabar com esse estigma enviando o link de inscrição da newsletter para sua BFF e convidar ela para participar do nosso papo? Aqui cabe todo mundo, rs.
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