Eu nem deveria falar sobre isso, faz tanto tempo que aconteceu, mas tem uma música que quando toca, sempre me faz perder o juízo. E nem é uma música que fala de tesão, ou que tenha pegada ou ação. É memória afetiva, ou melhor, memória lasciva.
“Eu quis dizer, você não quis escutar…”
Era uma sexta-feira, e eu tinha combinado com alguns amigos que iríamos a um show. Noite de Rock, bebê! Coloquei saia e blusa preta, meia calça e coturno, umas pulseiras, maquiagem preta. Me olhei no espelho e me senti sedutora. A meia calça arrastão e a saia justa e curta chamavam atenção para minhas pernas, bem como eu queria. Eu sabia que ele iria estar lá e já tinha traçado como meta, levá-lo para cama.
Nos conhecíamos apenas de vista, frequentamos os mesmos shows, tínhamos alguns amigos em comum, conversa entre nós nunca havia rolado, mas a troca de olhares era constante e eu já havia percebido qual região do meu corpo despertava mais sua atenção. Escolhi a calcinha pensando se ele iria preferir tirar ou puxar pro lado.
O show estava marcado para às dez horas da noite, cheguei antes, para ficar bebendo e conversando na rua, o clássico pré show, antes de entrar na casa de eventos e, dito e feito, lá estava ele. Parado, uma long neck nas mãos, sorriso no rosto, conversando com um casal de amigos que eu tinha combinado de encontrar ali. Me aproximei, cumprimentei meus amigos e finalmente fui apresentada ao moço de jaqueta de couro e olhar sedutor. Augusto.
- Mas pode me chamar de Guto, todos me chamam assim.
Conversa vai, conversa vem, as portas se abriram e decidimos entrar. Augusto nos acompanhou. A conversa com ele era fácil e bem-humorada, cheia de olhares e piscadelas que estavam me deixando louca. Resolvi retribuir. Eu ria das piadas, tocava o braço dele… Sentia que ele não conseguia mais tirar os olhos de mim e aquela atenção foi me deixando mais excitada.
Durante o show, em meio a multidão, ficamos colados. Eu curtindo o som, dançando e sem querer querendo me esfregando e ele me cercando, a música alta e envolvente, clima quente, cada vez mais quente… eu sentia os braços dele em volta do meu corpo, as suas mãos me percorrendo o tronco, estacionando na minha cintura e puxando para perto dele. Nos beijamos. A melodia se espalhando pelo meu corpo e de repente, aquele lugar enorme, parecia pequeno para nós dois.
“Eu quis dizer, você não quis escutar…”
Não sabia mais onde estavam meus amigos. Música, luzes, fumaça, gente… nada mais importava, só conseguia ver ele um pouco a frente, me puxando pela mão.
- Vem comigo.
Eu fui. Dava pra ver que ele tinha um roteiro em mente.
- Minha casa fica a uma quadra daqui.
Fomos, a passos largos e bastou ele fechar a porta de entrada do prédio para nos agarrarmos. Me encostou na parede e me beijou a boca, as faces, pescoço… puxou as alças da minha blusa para baixo e sugou os seios, enquanto as mãos deslizavam por baixo da saia, apertando minha bunda. De repente, ele enfiou a mão no bolso da calça e puxou uma camisinha, sorriu malicioso quando viu minha cara de surpresa e satisfação e me virou, encostei o rosto na parede fria e empinei a bunda, ele levantou a saia e senti sua mão espalmando minha nádega, soltei um gemido baixinho enquanto ele rasgava minha meia e puxava a calcinha pra lado. Respondida minha dúvida. Ouvi ele começar a abrir a calça ao mesmo momento em que as vozes começaram a ficar mais altas do outro lado da porta e alguém começar a mexer na maçaneta. Ele me olhou assustado e me indicou uma porta um pouco a frente no corredor. Era a escada de emergência. Entramos ali e ficamos em silêncio, nos olhando atônitos enquanto as vozes passavam em direção ao elevador. Quase.
Quando o elevador começou a subir com os vizinhos, a minha saia já havia subido novamente, ele se abaixou, afastou minhas pernas e meteu a lingua, quente e úmida, na minha calcinha, deixando ela ainda mais molhada, puxou pro lado de novo e lambeu a pele molhada, o clitóris latejante… Eu de olhos fechados, apoiada no corrimão da escada, perdendo o senso, a lógica e o equilíbrio. Quase cai gozando. Ele me segurou, levantou, me beijou e me virou novamente, eu ofegava, gemia e ria… Repeti o movimento, me apoiei na parede e empinei a bunda, olhei pra trás e vi ele baixando as calças, colocando a camisinha naquele pênis bem duro e se colocando em mim.
Entrou fácil, inteiro, de uma só vez. Não consegui gemer baixo. Ele tirou quase tudo, deixou só a cabecinha na entrada, colocou as duas mãos em meus ombros e me puxou. E de novo e de novo… Cada vez que ele entrava, ondas de calor e frio se espalhavam por minhas veias. Eu tremia e ele continuava aquele movimento de vai e vem, lento, forte e intenso, que tinha como propósito, eu já tinha percebido, me fazer gozar. E fez. Gozei com o rosto apoiado na parede, respirando forte e suando.
- Quer subir e terminar isso na minha cama?
Óbvio que eu queria. Era no segundo andar, subimos devagarinho pela escada mesmo, eu alguns degraus acima, ele com os olhos fixos na minha bunda, a saia levantada, a calcinha toda enrolada e molhada. Ele falando que queria mais, que queria me chupar de quatro na cama dele. E eu lá sou de negar esse tipo de pedido?
Entramos no apartamento e ele entrou mais uma vez em mim, nem consegui ver direito, quando percebi já estava sentada em cima da mesa, as pernas escancaradas e ele ali, duro de novo, colocando outra camisinha, deu até pena da minha calcinha. Fomos pro quarto e deixei ele me chupar de quatro, de bruços, de lado… do jeito que quis. Deixei ele meter de quatro, de bruços, de lado. Um objetivo havia sido posto por nós ali, só sairíamos daquele cômodo depois de exaustos.