Conto Erótico: Meditação Guiada

Conto Erótico: Meditação Guiada

Esse texto foi enviado por Cristine Los Angeles (pseudônimo).

Usei meu primeiro vibrador, com sucesso, com mais de trinta e cinco anos, hoje tenho 41, quase 42 anos.

Sempre ouvi falar sobre a masturbação masculina. Escutei de diferentes parceiros, falarem sobre o quanto relaxava, sobre o quanto eles praticavam. De tudo o que eu achava mais curiosa era a relação estabelecida entre o sexo e a descarga de energia. Nunca consegui ter a masturbação como esse refúgio…

Mas um dia, se nos permitirmos, as coisas mudam, o jogo vira.

Conheci uma pessoa, rolou um flerte rápido e nenhum contato físico. Eu estava na minha primeira viagem sozinha e tinha plena clareza de que não, sexo casual não era o que eu estava buscando naquele momento. No entanto, nada impediu que trocássemos telefone e endereço por rede social.

Logo que desembarquei os contatos iniciaram. Entendi que ele buscava falar sobre sexo, de início não gostei da ideia, mas ele, entendendo isso, foi sutilmente se fazendo presente delicadamente, cotidianamente. Conversas, mensagens de bom dia, como você está… etc. 

Um dia, quando ele me escreveu eu estava triste, tendo um dia difícil. Ele ouviu e me disse, você precisa relaxar. Logo pensei, lá vem mais um homem dizendo que sexo, masturbação ou qualquer outra ação sexual pode ajudar a relaxar. Eu sempre achei que não. Comigo nunca tinha acontecido.

bullet acqua

Calmamente naquela tarde ele foi me fazendo perguntas, uma espécie de meditação guiada.

Começou assim: 

"Você está sozinha?" Aproveite esse momento, ele disse. Olhei o ambiente à minha volta, estava tudo organizado, limpo, muito claro. O dia lindo parecia invadir a casa.

"O que você está vestindo?" Me observei,rss, vestia, um vestido, largo e nem um pouco sexy,rsss, algo do tipo que só a liberdade de viver sozinha permite.

"Só isso ele perguntou?" Eu disse não, também estou de calcinha, sutiã… Ele delicadamente me pergunta, não acha que poderia tirar esta roupa? Ficar mais à vontade. Ficar nu é sempre bom, vai te ajudar a relaxar. Eu ainda não tinha certeza, não costumava andar pelada pela casa.

"Em que cômodo da casa você está?" Mais uma vez me observei, eu parecia uma ilha, sentada no meio da sala sobre o meu tapete de yoga. Respondi, sentada no chão da sala, com o rosto inchado de tanto chorar. Oportunamente ele pergunta: não quer ir para o quarto, deitar na cama, ficar mais confortável e sem roupa pode te ajudar. Aceitei. A janela do quarto tem vista livre, nenhum vizinho, nada além de uma árvore frondosa, vejo exclusivamente a copa desta árvore, em contraste com o céu azul daquela tarde. A visão é acompanhada por uma brisa que vem para abrandar um dia quente de dezembro em Porto Alegre/RS.

Quando percebi já estava nua, deitada na cama, pernas abertas sentindo a brisa que ao me tocar já excitava.

Ele é músico e em algumas oportunidades me enviava algumas interpretações suas pra ouvir. Eu não tinha por costume escutar músicas em italiano, no entanto, tê-lo visto pessoalmente cantando e tocando na ocasião da viagem fazia com que aquelas músicas me excitassem de uma forma quase inexplicável. Talvez a expectativa e imaginação sobre tudo que não aconteceu contribuíssem com isso, as fantasias cresciam, nada como a imaginação. 

"Já está deitada?" Ele pergunta e eu respondo que sim.

"Está ouvindo as músicas?" Mergulhada nelas eu respondo.

"Colocou fones de ouvido?" Respondi que não, ele riu. A música estava no volume máximo, tomando conta de todo ambiente, marcando a presença dele ali. É como se cada poro do meu corpo deixasse as notas musicais entrarem. Ele estava ali. Meu corpo se excitava ao ouví-lo, imaginar suas mãos percorrendo o teclado do piano, sabendo que se fosse no meu corpo me levaria à loucura. Eu lentamente ia me excitando com sutilezas que me completavam, ele sabia.

bullet acqua

No embalo das músicas ele me sugere, pegue os seus vibradores, relaxe, use os dois, primeiro um, depois o outro, experimente. A experiência era sempre uma palavra chave pra ele…outras vezes já havia me dito isso. Eu me deixei levar…liguei os vibradores, um sugador e um que eu podia penetrar. Bastou ouvir a música algumas vezes…fui me excitando, excitando, me contorcendo, ouvindo cada palavra pronunciada imaginava os lábios dele, o timbre, as nuances, o respirar, as pausas. Nem sei como isso acontece, simplesmente acontece. Eu o materializei na minha frente, revejo o espaço em que o vi tocar, a meia luz… Todas estas sensações vão se misturando os vibradores funcionando, minhas mãos reproduzem o movimento da penetração, gozei.

Ele me acompanhava por mensagens de texto. Depois de gozar fiz uma chamada de vídeo. Eu era outra pessoa. Ofegante ainda, abri um sorriso quando o vi. Agradeci. Ele sorri de volta e pergunta: "Está melhor? Foi bom?" Eu estava sem palavras. Nua, ainda sentia a brisa da janela arrepiar meu corpo. 

Naquela tarde descobri que sim, entrar em contato consigo mesma também pode ser uma forma de relaxar, de desconectar. Meu cabelo, minha pele, pareciam que tinham saído de um spa,rss.

Depois deste dia tudo mudou. Encontrei o caminho. O contato com ele me estimula muito, tenho uma referência de pessoa que desejo nesse momento. Mas, a verdade é que agora, com ele, ou sem ele, ainda que o desejando, meu corpo me leva para outros estados de energia.

No último domingo, escolhi ficar em casa comigo mesma. Eu sabia o que ía acontecer, é como se nos meus pequenos rituais diários, ler, estudar, organizar a casa, gerenciar os filhos, eu fosse gradualmente me preparando para ter um momento íntimo comigo. Aquela preparação que às vezes esperamos/desejamos que nossos parceiros tenham. A verdade é que são detalhes tão pontuais e sutis que provavelmente nenhum parceiro vai acertar,rss, é preciso que a gente cuide dos nossos próprios detalhes, para ficar feliz sozinha, ou para saber que se alguém não der conta de nos atender, nós mesmas daremos,rsss.

Gozei seis vezes naquela tarde de domingo, só eu…entre um filme e outro, entre uma música e outra, entre um gole de drink gelado e outro, sentindo a brisa, amando me satisfazer.

Belo foi um divisor de água. Vou ficar aqui. Como estou agora, sentindo a brisa que corre por entre as minhas pernas…sabendo tudo que posso fazer por mim mesma.

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