Chovia e fazia frio, acordei com a visão de uma parede que não reconheci. Percebi que não estava sozinha quando comecei a me virar na cama e ele passou a mão pelo meu ventre. Nem precisei constatar, já era claro que eu estava nua… ou melhor, seminua, porque sentia a calcinha enfiada na minha bunda. Devo ter demorado uns vinte segundos para me lembrar de quem era aquela mão que me percorria barriga e seios: Marcelo, o carinha do aplicativo.
Estava em Porto Alegre há uns três dias, ficava na casa do Lou, meu melhor amigo, no antro de perdição que é a Cidade Baixa. Havia morado em PoA boa parte da minha vida, me mudara para Florianópolis há pouco mais de um ano e meio e rever os amigos era muito divertido.
Segunda noite em Portinho e o Lou me aparece com um vinho e uma jantinha para me apresentar seu novo ficante. Rendeu. Foram horas regadas a conversas alegres, filosofia, comidas gostosas e jogatina. Lá pelas tantas comentei que estava sentindo falta dos homens bonitos de Porto Alegre e eles riram. Disseram que o tempo dos “bois gordos” havia passado, que todos os caras gostosos estavam casados. Duvidei e me desafiaram a usar um aplicativo de encontros. Aí foi a minha vez de rir, já fazia tempo que eu abandonara o aplicativo, tinha encontrado, nele mesmo, dois paus amigos sensacionais que completavam um terceiro, que havia conhecido em um bar, e que faziam a minha vida sexual/sentimental estar muito bem resolvida. Mas ok, o vinho falou mais alto e o desafio foi aceito. Baixei, recuperei meu perfil e comecei a deslizar. Não, não, não, não, sim, sim, não, sim, não, sim, sim, sim…
“Eu só olho a primeira foto e não leio o perfil” era o começo da minha descrição.
Não lembro bem como aquela noite terminou, mas acordei já sabendo que iria encontrar uns amigos numa cervejaria no Bom Fim para vermos o jogo do Brasil, afinal, em ano de Copa do Mundo, é uma boa desculpa para beber de tarde. O Lou, caxias que é, já tinha ido trabalhar. Tomei banho, me vesti e comecei a preparar um café. Resolvi conferir o celular, e para minha surpresa me deparo com o clássico foguinho do app na tela. Veio o flashback da noite e gargalhei em silêncio.
Já que eu tinha baixado, o mínimo que eu poderia fazer era conferir o estrago da noite anterior. Nossa, olha quanto ‘match’!Descartei de cara a primeira conversa de “oi, tudo bem?”, na segunda, resolvi olhar todas as fotos e cheguei novamente a conclusão de que as fotos enganam. A terceira conversa da lista começava com uma resposta básica a uma das perguntas fundamentais do meu perfil: Beatles ou Rolling Stones? Eis que: Só Keith Richards é melhor que qualquer besouro. Ok, esse merecia uma chance.
“ Vai ver o jogo?”
“Vou numa cervejaria no Bom Fim, vou ver com uns amigos. Fica na Ramiro, chega lá.”
“Será? Nunca fui. Não conheço ninguém lá.”
“Você só vai em bares onde conhece as pessoas?”
“Não. Às 15:30 chego lá.”
Combinamos os detalhes e nem olhei o restante do matchs. Queria dar uma volta na Redenção e já estava me atrasando. Fui encontrar meus amigos com a certeza de que aquele cabeludo de olhos castanhos, bem meu tipinho, jamais iria aparecer por lá…
Ele estava no balcão, pegando uma cerveja, quando nossos olhos se encontraram. Ele acenou e veio até minha mesa, me deu três beijinhos, se apresentou para meus amigos e sentou do meu lado. Foi embaraçoso e interessante. Ele era um homem bonito, nossa conversa havia sido mínima, mas eu me sentia bem ao seu lado, ao mesmo tempo, estava morrendo de vergonha por ter marcado um encontro de aplicativo no meio de uma tarde com os amigos.Porém, ele se saiu muito bem, quem nem o Brasil, ao final daquele jogo. Deve ter sido uma transmissão de pensamento, precisava de um plano para tirar ele do bar, e ele já tinha planejado me chamar pra beber em outro lugar, disse que tinha umas cervejas num isopor no carro… Muito bem preparado o moço. Nos fomos. Estava frio e ameaçava chover, a rua não era uma opção. Comentei que estava na casa de um amigo e que ele estava trabalhando… fomos pra lá.
Descobri que ele era desses que tem como profissão, fazer a própria cerveja e descobri que tínhamos vários conhecidos em comum e estado nos mesmos shows e também percebi que quanto mais ele falava, mais forte ficava minha vontade de vê-lo nú. Ele levantou para ir ao banheiro e ao retornar, não resisti… Dei-lhe um beijo. Aí foi rápido, em segundos já estávamos na cama, eu puxando a blusa dele, ele abrindo minha calça e a campainha tocando. Era o Lou empata foda avisando que estava chegando.
O respeito pelo dono da casa fala mais alto e lá vamos nós para mais uma rodada de conversa e cerveja, e eu ali, sentindo a calcinha ficando cada vez mais molhada e cada vez mais preocupada em não ficar bêbada… Melhor mudar o plano, me convidei pra ir para a casa dele. Fomos. Que caminho longo! Por mim, já teria ido chupando ele no carro, no elevador, não conseguia tirar os olhos do pau dele, duro. Foi só largar minha bolsa no sofá para nele me agarrar. E por todos os deuses e deusas e forças que possam haver no mundo, que beijo! Gozei com a língua dele deslizando na minha. Já estava torpe quando ele me deitou no sofá e tirou minha calça. Se abaixou, sorriu, abriu as minhas pernas, lambeu minhas coxas, puxou a calcinha para o lado e lambeu todos os lugares que eu conhecia, desconhecia e ainda inventou caminhos. Que boca era aquela?!
Eu gozei, jorrei. Ele apenas sorria e continuava. Revezava entre lábios, dedos e língua. Eu só tremia. Adormeci e acordei com uma parede que não conhecia e uma mão estranha me passeando o corpo. Marcelo! Lembrei de cada detalhe enquanto o pênis dele, duro, se esfregava na minha bunda. Eu molhada… Era a conchinha perfeita. O pau dele entrou em mim como se já soubesse o caminho. Ele sabia o ritmo com o qual percorrer a jornada, o objetivo era me dar mais uma gozada.
- Bom dia!
Era uma manhã de quinta-feira, lá fora, chovia e fazia frio. Dentro daquele quarto, acumulamos calor suficiente para fazer verão, em um dia de inverno em Porto Alegre.